SST
Como fazer um mapa de riscos ocupacionais na prática?

Aprenda como fazer um mapa de riscos ocupacionais passo a passo, entenda as exigências legais, simbologias e como mantê-lo atualizado com tecnologia.
Neste artigo, você vai ver:
- Como fazer um mapa de riscos ocupacionais na prática?
- O que é o mapa de riscos e para que ele serve?
- Como levantar os dados para montar o mapa?
- O que significam as cores e símbolos do mapa de riscos?
- Quem é responsável por criar o mapa dentro da empresa?
- Como digitalizar e manter atualizado o mapa de riscos?
- Riscos psicossociais e a atualização do mapa
- Mapa de riscos: um investimento em segurança e produtividade
O mapa de riscos é uma das ferramentas mais tradicionais e eficazes para visualizar e comunicar os perigos existentes no ambiente de trabalho. Ele permite identificar, de forma simples e clara, os riscos que podem comprometer a saúde, a integridade física e o bem-estar dos trabalhadores.
Apesar de ser um recurso previsto em normas regulamentadoras há décadas, muitas empresas ainda têm dúvidas sobre como elaborá-lo corretamente e mantê-lo atualizado.
Saiba o que é o mapa de riscos, para que serve, como levantar as informações, qual a simbologia utilizada, quem é responsável pela sua elaboração e como a tecnologia pode facilitar todo esse processo.
O que é o mapa de riscos e para que ele serve?
O mapa de riscos ocupacionais é uma representação gráfica que indica, por meio de cores e símbolos, os diferentes tipos de riscos existentes em cada setor ou área de uma empresa.
Ele foi estabelecido no Brasil pela Norma Regulamentadora nº 5 (NR-5), que trata da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), como parte das ações para identificar perigos e conscientizar os trabalhadores sobre as medidas preventivas necessárias.
Sua função principal é comunicar de forma visual onde estão os riscos, qual a sua natureza e intensidade, permitindo que todos, independentemente do nível de conhecimento técnico, entendam as situações que exigem atenção.
É também uma ferramenta de apoio para programas como o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) e o GRO (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais), previstos na NR-1.
Ao fixar o mapa de riscos em locais estratégicos da empresa, garante-se que a informação esteja acessível, reforçando a conscientização e incentivando atitudes seguras. Ele também serve como registro para auditorias e fiscalizações, comprovando que a organização conhece e monitora seus perigos.
Como levantar os dados para montar o mapa?
A elaboração do mapa de riscos começa com um levantamento detalhado de informações sobre o ambiente de trabalho.
Esse diagnóstico deve considerar cada setor, posto e função, observando não apenas os riscos evidentes, mas também aqueles menos perceptíveis, como agentes físicos contínuos, substâncias químicas e fatores psicossociais.
A etapa inicial é a observação in loco, feita por membros da CIPA ou por profissionais de Segurança e Saúde no Trabalho. Essa inspeção envolve verificar as condições físicas, o uso de máquinas e equipamentos, os processos de trabalho, a disposição dos mobiliários, a organização do espaço e a forma como as atividades são executadas.
Outra parte fundamental é a entrevista com os trabalhadores. Eles conhecem o dia a dia da operação e podem indicar situações que passam despercebidas em uma visita rápida, como ruídos intermitentes, sobrecarga de tarefas, desconfortos ergonômicos ou falhas nos fluxos operacionais.
Por fim, é importante analisar documentos e registros já existentes, como laudos de insalubridade, medições ambientais, inventário de riscos ocupacionais, ordens de serviço e relatórios de acidentes. Esses dados complementam a visão obtida na observação e ajudam a dimensionar corretamente o grau de cada risco.
O que significam as cores e símbolos do mapa de riscos?
A simbologia do mapa de riscos segue um padrão definido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Cada tipo de risco é identificado por uma cor, e o tamanho do círculo utilizado indica a intensidade ou gravidade desse risco na área em questão.
As cores são padronizadas da seguinte forma:
- Verde: riscos físicos, como ruído, calor, frio, radiação, vibração e pressão anormal.
- Vermelho: riscos químicos, incluindo poeiras, vapores, gases, fumos e névoas.
- Marrom: riscos biológicos, como bactérias, vírus, fungos e parasitas.
- Amarelo: riscos ergonômicos, relacionados a posturas, esforço físico, repetitividade e organização do trabalho.
- Azul: riscos de acidentes ou mecânicos, como quedas, choques, cortes, prensamentos e soterramentos.
O tamanho dos círculos — pequeno, médio ou grande — indica se o risco é de baixa, média ou alta intensidade. Essa hierarquia visual facilita a compreensão e ajuda na priorização das medidas de controle.
É fundamental que a legenda do mapa seja clara e esteja sempre junto à representação gráfica, garantindo que qualquer colaborador consiga interpretar corretamente a informação.
Cor | Tipo de risco | Exemplos |
Verde | Físicos | Ruído, calor, frio, radiação, vibração, pressão anormal |
Vermelho | Químicos | Poeiras, vapores, gases, fumos, névoas |
Marrom | Biológicos | Bactérias, vírus, fungos, parasitas |
Amarelo | Ergonômicos | Posturas inadequadas, esforço físico, movimentos repetitivos, organização do trabalho |
Azul | Acidentes/Mecânicos | Quedas, choques, cortes, prensamentos, soterramentos |
Quem é responsável por criar o mapa dentro da empresa?
A responsabilidade pela elaboração do mapa de riscos recai sobre a CIPA, conforme estabelecido na NR-5. Essa comissão, composta por representantes da empresa e dos trabalhadores, tem como função identificar perigos e propor medidas preventivas, sendo o mapa uma das ferramentas utilizadas nesse processo.
Em empresas que não têm obrigatoriedade de manter uma CIPA, o empregador deve designar formalmente um responsável ou equipe para executar essa função. Esse responsável pode ser um técnico de segurança do trabalho, engenheiro de segurança ou outro profissional capacitado para identificar e avaliar riscos.
O processo de criação do mapa deve ser participativo. Isso significa que os trabalhadores das áreas analisadas precisam ser ouvidos, para que a representação final seja fiel à realidade e contemple todos os perigos existentes.
A participação dos colaboradores também aumenta a efetividade das ações preventivas, já que eles passam a se sentir parte ativa do processo.
Como digitalizar e manter atualizado o mapa de riscos?
A digitalização do mapa de riscos transformou a forma como as empresas lidam com essa ferramenta de prevenção.
Antes restrito ao formato impresso e exposto em murais, o documento agora pode ser criado, armazenado e atualizado em plataformas digitais, com recursos que ampliam a precisão e facilitam a gestão.
Softwares especializados possibilitam gerar representações gráficas detalhadas, manter um histórico das versões anteriores e implementar ajustes rapidamente sempre que necessário.
Entre os benefícios desse formato, destaca-se a possibilidade de integrar o mapa ao inventário de riscos ocupacionais. Assim, qualquer modificação no processo ou no ambiente de trabalho é automaticamente refletida na representação visual.
O acesso remoto também é um ponto relevante, pois permite que gestores e equipes acompanhem as informações de diferentes setores ou unidades de forma simultânea e organizada. Além disso, o registro histórico das alterações favorece auditorias e facilita a análise da evolução das medidas de controle adotadas.
Manter o mapa atualizado exige revisões sempre que houver mudanças relevantes, como alterações no layout, implantação de novas máquinas ou produtos, ajustes na organização do trabalho ou a ocorrência de acidentes e quase acidentes que revelem novos perigos.
Plataformas como o SSThub oferecem um ambiente centralizado para gerenciar todas essas etapas, com recursos para automatizar notificações, armazenar dados de forma segura e assegurar que o mapa esteja sempre em conformidade com as exigências legais.
Riscos psicossociais e a atualização do mapa
Desde a atualização da NR-1, os riscos psicossociais também devem ser considerados no gerenciamento de riscos ocupacionais, o que inclui a avaliação para o inventário e, quando aplicável, sua representação no mapa de riscos.
Esses riscos estão ligados a fatores como assédio, sobrecarga de trabalho, jornadas excessivas e conflitos interpessoais.
A nova exigência entrou em vigor em maio de 2025, mas as empresas têm até maio de 2026 para se adequar plenamente. Isso significa que o mapa de riscos, quando atualizado, precisa refletir a realidade da organização, incluindo esses fatores, caso sejam identificados no levantamento.
Essa mudança amplia a função do mapa como ferramenta de diagnóstico e reforça a necessidade de um acompanhamento contínuo, com integração de informações e participação ativa dos trabalhadores.
Mapa de riscos: um investimento em segurança e produtividade
Manter um mapa de riscos atualizado e preciso é uma demonstração clara do compromisso da empresa com a saúde e segurança de seus colaboradores.
Ao seguir um processo estruturado de levantamento de dados, aplicar corretamente a simbologia e integrar o documento a plataformas digitais, é possível garantir mais eficiência, transparência e agilidade na gestão.
Além de atender às exigências legais, essa prática contribui para a redução de acidentes, o aumento da produtividade e a construção de uma cultura preventiva sólida. Em um cenário cada vez mais competitivo e regulamentado, investir na qualidade do seu mapa de riscos é investir na sustentabilidade do negócio.
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