A segurança no ambiente de trabalho começa pela identificação clara dos perigos que cercam os colaboradores. 

Entre as ferramentas mais conhecidas para essa tarefa está o mapa de riscos, um recurso que traduz em linguagem visual as ameaças presentes no dia a dia da empresa.

Mas afinal, o que é o mapa de riscos, por que ele é tão relevante, como ele pode ser integrado ao PGR e às novas tecnologias? É sobre isso que vamos falar neste artigo.

O que é o mapa de riscos e para que serve?

O mapa de riscos é uma representação gráfica que mostra, em um desenho da planta da empresa, onde estão localizados os riscos à saúde e segurança dos trabalhadores. Ele foi consolidado na NR-5, dentro das atribuições da CIPA, como forma de facilitar a comunicação entre gestores e empregados.

Apesar de a legislação mais recente (alterações da NR-5 em 2022) ter flexibilizado a obrigatoriedade do mapa, permitindo que outras formas de comunicação dos riscos sejam adotadas, muitas empresas ainda o utilizam como ferramenta pedagógica e de prevenção. 

Esse mapa ajuda os trabalhadores a identificarem rapidamente onde estão os riscos e qual a sua natureza — física, química, biológica, ergonômica ou de acidente.

Mais do que um cartaz na parede, o mapa é uma ferramenta de educação e prevenção. Ao tornar os riscos visíveis, ele estimula a conscientização e a adoção de comportamentos mais seguros, reduzindo a probabilidade de acidentes e doenças ocupacionais.

Além disso, o mapa de riscos serve como apoio para treinamentos e integração de novos colaboradores, facilita o diálogo entre gestores e equipes e contribui para a construção de uma cultura de segurança mais sólida.

Como identificar riscos físicos, químicos, ergonômicos e de acidentes?

Para que o mapa de riscos seja eficaz, é necessário identificar os agentes que podem causar acidentes ou doenças.

  • Riscos físicos : incluem ruídos, vibrações, calor, frio, radiações e pressões anormais. Eles são comuns em setores industriais, na construção civil e até em escritórios com problemas de ventilação ou iluminação.
  • Riscos químicos: envolvem contato com poeiras, fumos, gases, vapores e substâncias tóxicas. A indústria química, postos de combustíveis e hospitais são exemplos de locais onde esse risco se destaca.
  • Riscos biológicos: associados ao contato com microrganismos capazes de provocar doenças, como vírus, bactérias, fungos e parasitas.
  • Riscos ergonômicos: estão ligados à postura inadequada, esforço repetitivo, ritmo de trabalho acelerado e falta de pausas. São muito comuns em escritórios, call centers e linhas de produção.
  • Riscos de acidentes: dizem respeito a situações que podem levar a ocorrências súbitas, como quedas, choques elétricos, incêndios ou atropelamentos por veículos internos.

A identificação deve ser feita por meio de vistorias, entrevistas com funcionários e análise das condições reais de trabalho. Quanto mais participativo for esse processo, mais representativo e útil será o mapa.

Importante incluir agora os riscos psicossociais no mapa de riscos

Com a atualização da NR-1, a partir de maio de 2026, empresas brasileiras serão obrigadas a considerar os riscos psicossociais no Programa Gerenciamento de Riscos (PGR). 

Esses riscos envolvem fatores como sobrecarga mental e emocional, metas excessivas e prazos abusivos, assédio moral ou sexual, falta de suporte ou controle sobre as tarefas, entre outros.

Ou seja, além dos riscos físicos, químicos, biológicos,ergonômicos e de acidentes, seu mapa de riscos precisa incluir questões relacionadas à saúde mental.

Qual a relação entre mapa de riscos e PPRA/PGR?

Durante muitos anos, o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) orientou a gestão de riscos ambientais. Com a revisão das normas, ele foi substituído pelo PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos), que passou a integrar também o gerenciamento de riscos ocupacionais.

Nesse contexto, o mapa de riscos se torna um complemento didático e visual ao PGR. Enquanto o programa descreve e avalia tecnicamente os riscos, o mapa facilita a comunicação com os trabalhadores. 

É como se o PGR fosse o “manual técnico” e o mapa o “cartaz explicativo” que todos conseguem entender.

Leia também: “Qual a diferença entre PPRA e PGR? Entenda o que mudou na legislação”” e saiba como essas mudanças impactam diretamente a gestão de riscos na sua empresa.

Como atualizar e comunicar o mapa de riscos aos colaboradores?

Um erro comum é elaborar o mapa de riscos uma única vez e deixá-lo esquecido na parede. O mapa só cumpre sua função se for atualizado sempre que houver mudanças no ambiente de trabalho: instalação de novas máquinas, alteração de layout, adoção de novos produtos químicos ou mudanças no processo produtivo.

Além disso, é essencial comunicar os riscos aos colaboradores de forma clara. Isso pode ser feito por meio de treinamentos, diálogos de segurança e reuniões de equipe. O mapa deve estar em locais visíveis e ser explicado para que todos entendam os símbolos, cores e tamanhos dos círculos que representam os riscos.

O mapa de riscos como apoio em auditorias e conformidade legal

Além de orientar os trabalhadores, o mapa de riscos também é uma ferramenta valiosa em processos de auditoria e fiscalização. Durante inspeções trabalhistas ou visitas de órgãos reguladores, a apresentação de um mapa atualizado demonstra organização, transparência e compromisso da empresa com a saúde ocupacional.

Empresas que buscam certificações de qualidade e segurança — como ISO 45001 — também encontram no mapa de riscos um aliado para comprovar práticas preventivas e integrar informações visuais ao sistema de gestão.

Dessa forma, o documento deixa de ser apenas um requisito da CIPA e passa a fortalecer a governança em SST, mostrando que a prevenção faz parte da estratégia da organização.

Exemplos visuais e aplicação prática do mapa de riscos

O grande diferencial do mapa de riscos é a sua linguagem visual. Em vez de relatórios extensos e técnicos, ele traduz os perigos em símbolos simples e de fácil compreensão. 

No mapa de riscos, cada perigo é representado por um círculo colorido. O tamanho do círculo indica a intensidade ou gravidade do risco, enquanto a cor identifica a sua natureza. 

Essa convenção de cores não está rigidamente definida na NR-5, mas é amplamente utilizada em materiais técnicos e em manuais de segurança do trabalho, justamente para padronizar a leitura e facilitar a compreensão por parte dos trabalhadores.

De acordo com essa prática consolidada, os riscos físicos são representados pela cor verde. Eles incluem agentes como ruídos, vibrações, calor, frio, radiações, pressão e até mesmo iluminação inadequada. Já os riscos químicos aparecem em vermelho, associados à exposição a poeiras, gases, vapores, névoas, fumos e líquidos tóxicos.

Os riscos biológicos, por sua vez, utilizam a cor marrom e estão relacionados a microrganismos como vírus, bactérias, fungos e parasitas, comuns em hospitais, laboratórios e setores de saneamento. 

Os riscos ergonômicos são destacados em amarelo e dizem respeito a posturas incorretas, movimentos repetitivos, levantamento de peso excessivo e jornadas prolongadas, que afetam tanto a saúde física quanto mental do trabalhador.

Por fim, os riscos de acidentes aparecem na cor azul. Eles englobam situações que podem provocar lesões de forma súbita, como quedas, choques elétricos, cortes, incêndios e atropelamentos por veículos internos. 

Essa diferenciação por cores facilita a interpretação imediata, tornando o mapa uma ferramenta acessível para todos, independentemente do nível de escolaridade.

 

Além disso, quando o mapa é utilizado em treinamentos ou em programas de integração de novos colaboradores, ele ajuda a fixar visualmente os cuidados necessários em cada área. 

Ferramentas digitais que ajudam na criação e manutenção do mapa de riscos

O processo de gestão de riscos deixou de ser sinônimo de planilhas e papéis espalhados. Hoje, as empresas podem contar com soluções digitais que permitem criar, atualizar e comunicar o mapa de riscos de maneira muito mais eficiente.

Com a plataforma da SSTHub, por exemplo, o gestor consegue manter todo o histórico organizado em um só lugar, incluindo versões anteriores do mapa, fotografias reais do ambiente de trabalho e relatórios automáticos que podem ser usados em auditorias ou treinamentos.

Outro diferencial é a integração direta com o PGR, que facilita a gestão de riscos e mantém todas as informações organizadas para atender às exigências do eSocial quando necessário. Dessa forma, a empresa reduz falhas, ganha previsibilidade e reforça a segurança jurídica.

 

Além disso, a atualização em tempo real garante que qualquer mudança no ambiente seja rapidamente refletida no mapa, mantendo os colaboradores informados e fortalecendo a cultura de prevenção.

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Exemplos práticos e benefícios do mapa de riscos digital

O mapa de riscos pode parecer um recurso distante da rotina, mas quando olhamos para diferentes setores fica claro como ele faz diferença.

No agronegócio, mapas evidenciam riscos de intoxicação por defensivos agrícolas e orientam o uso de EPIs adequados.

Em supermercados, apontam riscos de quedas em áreas molhadas e esforços excessivos em movimentação de cargas.

Em escolas, destacam riscos biológicos em laboratórios e problemas ergonômicos para professores.

Quando esse processo deixa de ser manual e passa a ser digitalizado, a empresa ganha em precisão e velocidade. É possível atualizar o mapa em tempo real, anexar imagens reais do ambiente de trabalho e integrar os dados diretamente ao PGR, mantendo alinhamento com os registros que dão suporte às informações do eSocial.

Assim, além de cumprir a legislação, o gestor consegue usar o mapa como instrumento de gestão estratégica, apoiando decisões de investimento em segurança e prevenindo acidentes de forma concreta.

O mapa de riscos como aliado da prevenção

O mapa de riscos é uma ferramenta essencial para identificar e comunicar perigos no ambiente de trabalho. Mesmo após as mudanças na legislação, ele continua sendo útil para conscientizar os colaboradores e apoiar a gestão preventiva da empresa.

Quando integrado ao PGR e apoiado por soluções digitais, o mapa se transforma em um instrumento estratégico para reduzir acidentes, melhorar a comunicação interna e promover ambientes mais seguros.

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