SST
Qual a diferença entre PPRA e PGR? Entenda o que mudou na legislação

PPRA e PGR: entenda as diferenças, o que mudou com a NR-01 e como implementar o novo programa de gerenciamento de riscos na sua empresa.
Neste artigo, você vai ver:
- Qual a diferença entre PPRA e PGR? Entenda o que mudou na legislação
- O que foi o PPRA e por que ele foi substituído?
- O que é o PGR segundo a nova NR-01?
- Quais são os principais elementos do PGR?
- Inventário de Riscos Ocupacionais
- Plano de Ação
- Como montar um inventário de riscos ocupacionais?
- Como digitalizar o controle do PGR na sua empresa?
- PPRA e PGR: mais do que mudança de sigla, uma evolução na segurança do trabalho
A gestão de riscos ocupacionais passou por mudanças significativas nos últimos anos, especialmente com a revisão da NR-01 pelo Ministério do Trabalho e Previdência. Uma das alterações mais relevantes foi a substituição do PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) pelo PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos).
Essa transição não foi apenas uma troca de siglas: ela representa uma mudança na forma como empresas devem identificar, avaliar e controlar riscos no ambiente de trabalho.
Entender PPRA e PGR é fundamental para que empregadores e profissionais de SST estejam em conformidade com a legislação e, principalmente, para garantir ambientes mais seguros e saudáveis para os colaboradores.
Neste artigo, vamos explicar o que era o PPRA, por que ele foi substituído, como funciona o PGR, quais são seus principais elementos e como a tecnologia pode simplificar todo o processo.
O que foi o PPRA e por que ele foi substituído?
O PPRA, criado pela NR-09, tinha como objetivo antecipar, reconhecer, avaliar e controlar os riscos ambientais presentes nos locais de trabalho.
Ele se concentrava, principalmente, nos riscos físicos, químicos e biológicos, deixando de lado outros tipos de riscos ocupacionais, como os ergonômicos e mecânicos.
Na prática, muitas empresas encaravam o PPRA como um documento obrigatório que precisava estar disponível para eventuais fiscalizações, mas nem sempre era utilizado como ferramenta de gestão ativa.
Esse enfoque excessivamente documental acabava afastando o programa da sua real função: reduzir acidentes e doenças ocupacionais.
Com a atualização da NR-01, o PPRA deixou de existir oficialmente em janeiro de 2022, sendo substituído pelo PGR.
A principal razão para a mudança foi ampliar o escopo da gestão de riscos, tornando-a mais integrada e dinâmica, com foco não apenas na identificação, mas também na prevenção e no acompanhamento contínuo dos perigos no trabalho.
O que é o PGR segundo a nova NR-01?
O Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), definido pela NR-01, é um conjunto de medidas voltadas para antecipar, identificar, avaliar e controlar todos os riscos ocupacionais, indo além do enfoque limitado aos riscos ambientais.
Essa mudança de perspectiva amplia a proteção, abrangendo riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, acidentes/mecânicos e psicossociais, oferecendo uma visão completa das ameaças que podem comprometer a saúde e a segurança dos trabalhadores.
Uma das principais características do PGR é seu caráter dinâmico. Ele deve ser atualizado sempre que houver alterações no ambiente de trabalho, implantação de novas tecnologias, mudanças nos processos ou identificação de novos riscos
De acordo com a NR-01, o PGR deve ser estruturado a partir de dois documentos centrais: o Inventário de Riscos Ocupacionais e o Plano de Ação.
O primeiro mapeia e classifica os riscos presentes no ambiente de trabalho, enquanto o segundo estabelece estratégias e prazos para eliminá-los ou reduzi-los. Esses elementos funcionam de forma integrada, oferecendo um roteiro claro e efetivo para manter a segurança no dia a dia.
Recentemente, o PGR também passou a incorporar de forma mais consistente a avaliação e o monitoramento de riscos relacionados à saúde mental. Essa atualização reflete a crescente preocupação com fatores psicossociais no trabalho, como estresse, pressão excessiva por resultados, assédio moral e jornadas prolongadas.
Ao incluir esses aspectos no Inventário de Riscos e no Plano de Ação, as empresas passam a ter instrumentos concretos para prevenir o adoecimento emocional, fortalecer o bem-estar e promover um ambiente laboral mais equilibrado e saudável.
Aspecto | PPRA (Extinto) | PGR (Atual – NR-01) |
Base legal | NR-09 | NR-01 |
Foco principal | Riscos ambientais (físicos, químicos e biológicos) | Todos os riscos ocupacionais (físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, mecânicos e psicossociais) |
Abordagem | Documento estático, atualizado anualmente | Gestão dinâmica, atualizada sempre que houver mudanças ou identificação de novos riscos |
Estrutura | Não exigia plano de ação detalhado | Dois componentes obrigatórios: Inventário de Riscos Ocupacionais e Plano de Ação |
Integração com PCMSO | Indireta | Direta, garantindo alinhamento entre gestão de riscos e saúde ocupacional |
Inclusão de saúde mental | Não contemplava | Inclui avaliação de riscos psicossociais e medidas para promoção do bem-estar emocional |
Quais são os principais elementos do PGR?
Os principais elementos do PGR formam a estrutura que garante que a gestão de riscos não seja um evento isolado, mas sim um processo contínuo e adaptável à realidade da empresa.
Essa característica é fundamental, pois as condições de trabalho estão em constante mudança e, com elas, surgem novos riscos que precisam ser mapeados e tratados com agilidade.
Inventário de Riscos Ocupacionais
O Inventário de Riscos Ocupacionais é o ponto de partida para qualquer ação preventiva eficaz.
Nele, todos os riscos identificados no ambiente de trabalho são descritos de forma detalhada, categorizados por tipo — físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes/mecânicos — e avaliados conforme seu nível de gravidade e probabilidade de ocorrência.
Além da simples identificação, o inventário deve indicar quais medidas de prevenção já estão em vigor, avaliando sua eficácia, e apontar ações adicionais necessárias para minimizar ou eliminar cada risco. A elaboração desse documento exige inspeções regulares, análise técnica e participação ativa dos trabalhadores, garantindo que nenhum aspecto relevante passe despercebido.
Plano de Ação
Com base nas informações levantadas no inventário, o Plano de Ação transforma o diagnóstico em prática. Ele define, de forma clara, o que será feito, quem será o responsável por cada medida e em qual prazo.
Esse documento contempla desde a implementação de barreiras físicas e ajustes ergonômicos até mudanças em processos, treinamentos específicos e substituição ou manutenção de equipamentos.
É também no Plano de Ação que se estabelecem indicadores de acompanhamento, permitindo medir a eficácia das medidas adotadas e, se necessário, realizar ajustes ao longo do tempo. Um plano bem elaborado é realista, viável e alinhado à capacidade operacional da empresa, garantindo que as ações não fiquem apenas no papel.
Outro diferencial do PGR é sua integração direta com o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional). Essa conexão assegura que a gestão de riscos e a saúde ocupacional estejam alinhadas, criando um ciclo preventivo mais robusto.
Com essa integração, informações sobre exames médicos, indicadores de saúde dos trabalhadores e diagnósticos ocupacionais podem retroalimentar o PGR, ajustando medidas preventivas e reduzindo a incidência de doenças e acidentes.
Como montar um inventário de riscos ocupacionais?
O inventário de riscos é um dos pontos mais críticos do PGR, pois é nele que se concentram as informações que embasam todas as ações de prevenção.
O primeiro passo é mapear cada setor da empresa, identificando atividades, processos e condições que possam oferecer riscos. Em seguida, cada risco deve ser classificado de acordo com sua natureza:
- Físicos: ruído, vibração, calor, frio, radiações, pressão anormal.
- Químicos: poeiras, fumos, névoas, gases, vapores.
- Biológicos: bactérias, vírus, fungos, parasitas.
- Ergonômicos: postura inadequada, esforço repetitivo, levantamento de peso.
- Acidentes/Mecânicos: quedas, choques, cortes, aprisionamento de membros.
- Psicossociais: excesso de pressão por resultados, jornadas excessivas, assédio moral ou sexual, isolamento social, conflitos interpessoais, falta de reconhecimento.
Cada risco recebe uma avaliação de intensidade e probabilidade, permitindo estabelecer prioridades no plano de ação. É importante também registrar quais medidas de proteção já estão em vigor e se elas são suficientes para reduzir o risco a um nível aceitável.
Como digitalizar o controle do PGR na sua empresa?
Um dos maiores desafios na implementação do PGR é garantir que ele seja atualizado com frequência e que as informações estejam sempre disponíveis para consulta.
Fazer essa gestão de forma manual pode se tornar inviável, especialmente em empresas com muitos colaboradores, filiais espalhadas ou operações que envolvem atividades de alto risco.
Com o avanço da tecnologia, já é possível automatizar praticamente todas as etapas de gerenciamento do PGR.
A elaboração do inventário de riscos, por exemplo, pode ser feita por meio de formulários digitais, permitindo o registro rápido e organizado das informações. Esses dados ficam armazenados em nuvem, com acesso controlado, garantindo segurança e praticidade no compartilhamento.
Outra vantagem é a possibilidade de realizar atualizações em tempo real, sempre que houver mudanças no ambiente de trabalho. Sistemas modernos também permitem configurar alertas para prazos de revisão e execução de ações, evitando que medidas importantes sejam esquecidas.
Além disso, relatórios completos podem ser gerados automaticamente, prontos para auditorias e fiscalizações.
Plataformas especializadas, como as da SSThub, reúnem todos esses recursos em um único sistema. Dessa forma, as equipes de segurança conseguem trabalhar de forma mais integrada, ganhando agilidade e garantindo maior conformidade com a legislação.
PPRA e PGR: mais do que mudança de sigla, uma evolução na segurança do trabalho
A transição de PPRA e PGR representa um avanço importante na forma como a segurança do trabalho é conduzida no Brasil. O novo modelo exige uma gestão mais completa, proativa e integrada, capaz de contemplar todos os riscos ocupacionais e de promover melhorias contínuas.
Empresas que já se adaptaram perceberam que o PGR não é apenas uma obrigação, mas uma ferramenta estratégica para proteger vidas, otimizar processos e fortalecer a imagem corporativa.
O futuro da SST está diretamente ligado à capacidade de usar dados, tecnologia e boas práticas para antecipar problemas e agir antes que eles se tornem incidentes.
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