Riscos ocupacionais: entenda o conceito, conheça os principais tipos, veja exemplos práticos e descubra como identificá-los e preveni-los na sua empresa.

Neste artigo, você vai ver:

  • O que são riscos ocupacionais? Veja exemplos e como identificá-los
    • O que são riscos ocupacionais?
    • Quais são os principais tipos de riscos no ambiente de trabalho?
      • Riscos físicos
      • Riscos químicos
      • Riscos biológicos
      • Riscos ergonômicos
      • Riscos de acidentes ou mecânicos
    • Exemplos de riscos em diferentes setores e funções
    • Como identificar e classificar os riscos na sua empresa?
    • Qual o papel da tecnologia na prevenção de riscos?
    • Riscos ocupacionais: prevenção como estratégia para a sustentabilidade do negócio

Quando falamos em riscos ocupacionais, é impossível não pensar na responsabilidade que as empresas têm em proteger seus colaboradores. Cada função, ambiente e tarefa envolve situações que podem ameaçar a saúde ou a integridade física do trabalhador se não forem devidamente controladas. 

Esses riscos não aparecem apenas em indústrias ou obras, eles estão presentes também em escritórios, hospitais, comércios e até em atividades realizadas de forma remota.

Entender o que são esses riscos, classificá-los corretamente e adotar medidas preventivas além de ser uma obrigação legal, é um investimento na continuidade e na produtividade do negócio. 

Empresas que identificam e controlam seus riscos reduzem afastamentos, evitam multas e fortalecem a imagem de responsabilidade perante clientes e parceiros.

Neste artigo, vamos explicar em detalhes o que são riscos ocupacionais, quais são os principais tipos, trazer exemplos práticos em diferentes setores e mostrar como a tecnologia pode transformar o processo de identificação e controle.

O que são riscos ocupacionais?

Os riscos ocupacionais são todos os fatores ou situações presentes no ambiente de trabalho que podem afetar a saúde, a integridade física ou o bem-estar do trabalhador. Eles podem estar ligados às condições físicas do espaço, aos materiais utilizados, às tarefas executadas ou à forma como o trabalho é organizado.

A legislação brasileira trata do tema por meio de normas como a NR-1, que define a obrigatoriedade do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) e do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), e de outras NRs que abordam riscos específicos. 

O GRO prevê que cada empresa deve elaborar e manter atualizado o inventário de riscos ocupacionais, documento que registra todos os perigos identificados, sua classificação, as medidas de controle existentes e as ações previstas para mitigá-los.

Esse inventário é a base para qualquer ação preventiva de sucesso. Ele permite que a organização conheça a realidade do seu ambiente de trabalho, priorize intervenções e comprove, em auditorias ou fiscalizações, que está cumprindo as exigências legais.

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Quais são os principais tipos de riscos no ambiente de trabalho?

A classificação dos riscos ocupacionais é uma forma de organizar e padronizar a análise, facilitando a comunicação entre equipes e a gestão. No Brasil, eles são agrupados em cinco grandes categorias:

Riscos físicos

Os riscos físicos envolvem agentes presentes no ambiente de trabalho que podem afetar o organismo pela exposição contínua ou intensa, como ruídos, vibrações, temperaturas extremas (calor ou frio), radiações ionizantes e não ionizantes, além de pressões anormais. 

Esses fatores muitas vezes são invisíveis ou não geram incômodo imediato, mas, com o tempo, podem causar danos significativos à saúde. 

Em todos os casos, a adoção de medidas como isolamento de fontes emissoras, rodízio de tarefas, uso de EPIs adequados e monitoramento ambiental é fundamental para reduzir a exposição e preservar a saúde do trabalhador.

Riscos químicos

Os riscos químicos são representados por substâncias ou compostos que podem penetrar no organismo por inalação, ingestão ou contato com a pele. Estão presentes em forma de poeiras, fumos metálicos, névoas, gases, vapores ou líquidos, dependendo do processo de trabalho. 

O controle desses riscos exige medidas como substituição de produtos perigosos por alternativas menos nocivas, uso de ventilação local exaustora, fornecimento e uso correto de EPIs, treinamento contínuo e monitoramento ambiental para garantir que os níveis de exposição estejam dentro dos limites legais.

Riscos biológicos

Os riscos biológicos estão relacionados à presença de microrganismos como vírus, bactérias, fungos e parasitas capazes de causar doenças. Geralmente profissionais de saúde estão entre os mais expostos, já que manipulam fluidos corporais e têm contato direto com pacientes. 

Além do setor da saúde, outros ambientes apresentam riscos biológicos, como empresas de coleta de resíduos, estações de tratamento de esgoto, indústrias de alimentos e locais com infiltração e mofo. 

A prevenção envolve vacinação, uso de EPIs adequados (luvas, máscaras, aventais), protocolos de higiene rigorosos, barreiras físicas e treinamento para manipulação segura de materiais potencialmente contaminados.

Riscos ergonômicos

Os riscos ergonômicos se relacionam a condições de trabalho que não respeitam as características físicas e cognitivas do trabalhador, podendo provocar desconforto, fadiga e lesões musculoesqueléticas

Posturas inadequadas, movimentos repetitivos, levantamento de peso, mobiliário sem ajuste, jornadas extensas e ritmo intenso de produção são alguns exemplos.

Para prevenir, é necessário que seja realizada a adaptação do posto de trabalho, pausas programadas, revezamento de funções, treinamento em ergonomia e ações que promovam equilíbrio entre demandas e capacidades do trabalhador.

Riscos de acidentes ou mecânicos

Os riscos de acidentes ou mecânicos abrangem situações que podem causar lesões imediatas, geralmente associadas a falhas de segurança em máquinas, ferramentas, instalações ou no próprio ambiente. 

Quedas de altura, choques elétricos, cortes, amputações, prensamentos e soterramentos estão entre os exemplos mais graves.

Manter equipamentos em boas condições, instalar barreiras físicas, oferecer treinamentos específicos, fiscalizar o uso de EPIs e aplicar procedimentos operacionais seguros são medidas fundamentais para reduzir a ocorrência de acidentes.

Tipo de risco ocupacional Exemplos práticos Sugestão de medidas preventivas
Físicos Ruído de máquinas, vibração de equipamentos, calor em fornos industriais, exposição prolongada ao sol Isolamento de fontes emissoras, rodízio de tarefas, EPIs como protetores auriculares e óculos, monitoramento ambiental
Químicos Poeira de cimento, vapores de solventes, fumos metálicos, gases tóxicos Substituição por produtos menos nocivos, ventilação local exaustora, uso de luvas e máscaras, treinamento e monitoramento
Biológicos Vírus, bactérias, fungos, parasitas, mofo Vacinação, uso de EPIs (luvas, máscaras, aventais), protocolos de higiene, barreiras físicas
Ergonômicos Posturas inadequadas, movimentos repetitivos, mobiliário sem ajuste, levantamento de peso excessivo Adaptação do posto de trabalho, pausas programadas, revezamento de funções, treinamento em ergonomia
Acidentes ou mecânicos Quedas de altura, cortes, choques elétricos, prensamentos Manutenção preventiva, instalação de proteções fixas, EPIs, procedimentos operacionais seguros

Exemplos de riscos em diferentes setores e funções

Os riscos ocupacionais estão presentes em praticamente todos os setores e funções, variando de intensidade e natureza conforme a atividade desempenhada. 

Em indústrias siderúrgicas, por exemplo, é comum encontrar riscos físicos como ruído elevado e vibração gerados por máquinas, riscos químicos pela exposição a solventes e tintas e riscos de acidentes ou mecânicos em operações com prensas e equipamentos sem proteção adequada.

Na construção civil, os trabalhadores lidam com riscos de acidentes ou mecânicos como quedas de altura, soterramentos e choques elétricos, além de riscos químicos pela inalação de poeiras de cimento e contato com produtos como tintas e impermeabilizantes. O esforço físico intenso, as posturas forçadas e o manuseio de cargas pesadas também caracterizam riscos ergonômicos.

No setor de saúde, médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem estão expostos a riscos biológicos ao manipular sangue, secreções e materiais contaminados.

Em escritórios, predominam os riscos ergonômicos, relacionados ao uso prolongado de computadores e mobiliário inadequado. Já no trabalho remoto, além desses dois tipos, podem ocorrer riscos físicos, como iluminação insuficiente e temperatura inadequada do ambiente.

Já na agricultura e pecuária, o contato direto com defensivos agrícolas caracteriza riscos químicos, enquanto a manipulação de animais e a exposição a microrganismos presentes em solos e águas contaminadas representam riscos biológicos

Além disso, operar máquinas agrícolas sem proteção ou em terrenos irregulares aumenta a probabilidade de riscos de acidentes ou mecânicos.

Como identificar e classificar os riscos na sua empresa?

A identificação dos riscos ocupacionais começa com uma análise detalhada do ambiente de trabalho. Essa avaliação deve considerar cada área, tarefa e função, observando não apenas os perigos evidentes, mas também aqueles menos perceptíveis, como exposições contínuas ou fatores organizacionais.

O primeiro passo é realizar inspeções periódicas, envolvendo profissionais de SST e líderes de setores. Durante a inspeção, observam-se equipamentos, rotinas, uso de EPIs, condições ambientais e posturas adotadas. Também é importante ouvir os trabalhadores, pois eles conhecem de perto os desafios e podem apontar situações que passam despercebidas.

Após a identificação, é necessário classificar os riscos de acordo com a natureza (físico, químico, biológico, ergonômico ou acidente/mecânico) e o grau de severidade. Essa classificação orienta a priorização das medidas de controle, que podem incluir desde mudanças de layout e manutenção de máquinas até treinamentos e implementação de barreiras físicas.

A consolidação dessas informações no inventário de riscos ocupacionais é obrigatória e estratégica. Esse documento deve estar sempre atualizado, refletindo mudanças no processo produtivo ou no ambiente. Ele serve como base para o planejamento de ações e para a elaboração do plano de controle previsto no PGR.

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Os riscos psicossociais são obrigatórios no inventário de riscos ocupacionais?

Recentemente a NR-1, reformulada pela Portaria MTE nº 1.419/2024, passou a exigir a inclusão expressa dos fatores de risco psicossociais relacionados ao trabalho no GRO, especificamente no inventário de riscos ocupacionais do PGR. 

Essa atualização entrou em vigor em 26 de maio de 2025, mas o Ministério do Trabalho estabeleceu um período educativo e de adaptação.

As empresas terão até maio de 2026 para se adequar totalmente, ou seja, mapear, avaliar e incluir esses riscos no PGR/GRO de forma completa e documentada.

Nesse intervalo, a fiscalização atuará mais no caráter orientativo, mas a partir de maio de 2026 o cumprimento será obrigatório com possibilidade de autuação. 

Os riscos psicossociais estão associados à forma como o trabalho é organizado, planejado e gerido. Por exemplo, excesso de carga de trabalho, assédio, falta de apoio, conflitos interpessoais, metas abusivas, falta de autonomia, entre outros que  podem prejudicar a saúde mental, física e social dos trabalhadores.

Qual o papel da tecnologia na prevenção de riscos?

A tecnologia se tornou uma aliada indispensável para quem quer manter um controle efetivo sobre os riscos ocupacionais. Ferramentas digitais permitem não apenas identificar e registrar perigos, mas também acompanhar indicadores e garantir a rastreabilidade das ações.

Um software especializado em SST centraliza informações de inspeções, laudos, medições e treinamentos, o que elimina a dispersão de dados em planilhas ou documentos físicos e facilita a consulta a qualquer momento.

Com a tecnologia, é possível criar checklists personalizados para inspeções, registrar evidências fotográficas, associar riscos a setores e funções e gerar relatórios automáticos que atendem às exigências legais.

Além disso, sistemas modernos permitem configurar alertas e lembretes para inspeções, calibrações ou vencimento de treinamentos, evitando falhas que poderiam comprometer a segurança. Ao integrar a gestão de riscos ao inventário digital, a empresa garante mais transparência e reduz a burocracia nas auditorias.

O uso de tecnologia também melhora a comunicação interna. Informações sobre novos riscos, procedimentos ou alterações em medidas de controle podem ser compartilhadas de forma instantânea com todos os colaboradores, aumentando o engajamento e a conscientização.

Riscos ocupacionais: prevenção como estratégia para a sustentabilidade do negócio

Entender e gerenciar os riscos ocupacionais é uma prática estratégica que protege vidas, reduz custos e fortalece a reputação da empresa. 

Ao identificar corretamente os diferentes tipos de riscos, registrar essas informações em um inventário atualizado e implementar medidas de controle adequadas, a organização cria um ambiente de trabalho mais seguro, produtivo e sustentável. 

Com o apoio da tecnologia, esse processo se torna mais ágil, preciso e transparente, permitindo acompanhar indicadores e manter a conformidade legal de forma contínua.

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